Muitas cidades brasileiras estão passando por um processo de “arbustização”, que nada mais é que a substituição das árvores de médio e grande porte por árvores pequenas ou arbustos.
Essa prática influencia diretamente o microclima urbano e atrapalha a passagem dos pedestres e cadeirantes, devido as características intrínsecas dos arbustos ( ramificações desde a base do caule, pequeno porte e copa pequena).
Segue abaixo algumas vantagens do plantio de árvores de médio e grande porte nas cidades:
- redução da temperatura local. As árvores de copa intensa interceptam até 98% da radiação direta,
- conservação do asfalto devido ao sombreamento proporcionado pela copa das árvores. Segundo Silva Filho (2006) apud JUNIOR, LIMA (2007) cada m² de asfalto coberto por copas reduz os gastos públicos com manutenção em R$15,47/ano,
- redução das enxurradas devido a retenção da água da chuva pelas copas,
- melhorias microclimáticas e umidificação do ar. Árvores de grande porte chegam a eliminar 400 l de água por dia GREY; DENEKE (1978) apud (JUNIOR; LIMA, 2007),
- melhoria da qualidade do ar através da retenção de poluentes. Ruas bem arborizadas podem reter até 70% da poeira em suspensão GREY; DENEKE (1978) apud (JUNIOR; LIMA, 2007),
Devido às condições que se encontram as cidades, caracterizadas pelo elevado grau de impermeabilização do solo, presença de superfícies acumuladoras de calor e poluição do ar, sonora e visual, a utilização massiva de árvores de médio e grande porte é fundamental para amenizar os problemas urbanos e melhorar a qualidade de vida das pessoas.
A substituição das árvores grandes por arbustos tem sido fortemente incentivada por concessionárias de energia elétrica. Ao invés dessa propaganda negativa, essas companhias deveriam investir em fiações compactas e subterrâneas e não propor metodologias de arborização urbana.
Há também um mito de que as árvores de grande porte atrapalham a passagem dos pedestres e cadeirantes pelas calçadas. Isso só acontece quando o plantio é mal planejado, ou seja, não se respeita a largura de 1,2 m de passagem livre e utiliza-se espécies incompatíveis com calçamento (paineira, flamboyant, figueiras).
A partir das imagens abaixo pretendo justificar o uso das espécies de grande porte nos projetos de arborização urbana.
Bibliografia
JUNIOR, J. H. A.; LIMA, A. M. L. P. USO DE ÁRVORES E ARBUSTOS EM CIDADES BRASILEIRAS. Rev. SBAU, Piracicaba, v.2, n.4, dez. 2007, p. 50-66.
Felipe Furtado Frigieri
Parabéns Felipe. A sua matéria é extraordinária. Deve ser lida por todos aqueles que tem a responsabilidade de cuidar das cidades, em especial as pessoas ligadas ao meio ambiente. Infelizmente, a realidade é a que você mencionou na matéria, as companhias de eletricidade não tem o menor interesse no plantio de árvores de médio e grande porte. Pelo contrário, promovem campanhas junto aos administradores públicos pela sua eliminação e incentivo ao que você denominou de “arbustização”.
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Olá Sérgio.
Fico muito feliz que tenho gostado do texto. Realmente é lamentável que isso esteja acontecendo, quem perde somos nós.
Muito obrigado!
Abraços,
Felipe Furtado Frigieri
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Muito bom o texto, só de pensar em passar naquela rua cheia de “arbustos” já fico imaginando uma rota pela rua, já que é impossível de passar pela calçada… sobre o estacionamento, não teria o risco de cair algum galho de árvore nos carros ou em cima de alguém? Penso que com uma manutenção adequada os riscos diminuem, mas qual seria o custo de fazer essa manutenção, se comparado com o custo da manutenção das estruturas artificiais qual você acha que é mais econômico?
Abraços
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Oi Francisco.
Não tenho esse dado, infelizmente. E existe espécies que são resistentes, as quais diminuiriam ainda mais as chances de acidentes.
Com relação a conta, precisamos acrescentar também os serviços ambientais oferecidos somente pelas árvores, como: embelezamento, retenção da água da chuva, conservação do asfalto e umidificação do ar.
Temos também que colocar na balança a “pegada” ambiental da árvore e do toldo. Para construção do toldo utiliza-se recursos, como: ferro e petróleo; este material tem menor durabilidade que a árvore, isso também deve ser contabilizado.
Obrigado pelo elogio e pelo questionamento.
Abraços!
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Felipe, conheci o seu blog através do do Reginaldo. Parabéns pelo conteúdo. Espero que o próximo prefeito de Itapetininga não siga o exemplo daquele estacionamento.
Abraço
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Oi Gianellini,
concordo com você. Itapetininga e vários outros municípios precisam de muitas árvores de grande porte.
Muito obrigado.
Abraço!
Felipe
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Prezado Senhor
Em primeiro lugar quero informar que sou umas da defensora de desmatamento mas neste caso tenho que concordar com certos riscos que temos dentro de nossos bairros e municipios que são muitas arvores que a mercê das autoridades que nada fazem para podá-las quando esta em epocas de chuvas então para fazer melhor concordo em troca das arvores grandes pelas pequenas assim os moradores poderão cuidá-las para ficar sempre em ordem e sem risco de qualquer natureza que possa acontecer sem para o momento agradeço a atenção !
Marilena Cherutti Pacheco
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Oi Marilena,
espero que tendo escrever que não é a favor do desmatamento.
Com relação ao plantio de arbustos ao invés de árvores de grande porte eu vejo como um desperdício de tempo e dinheiro. Os arbustos não cumprem a função na melhoria da qualidade microclimática nos centros urbanos e muitas vezes por ter ter copa pequena atrapalham a passagem dos pedestres na calçada.
Outra coisa, quem deve coordenar os serviços de poda das árvores é a prefeitura municipal. É obrigação dela ter a disposição da população equipes treinadas para isso.
Um abraço,
Felipe.
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Excelente matéria, compartilho deste pensamento acerca da arborização urbana, e nesta matéria encontrei dados mais concretos para defender esta posição: mais árvores e mais ação das prefeituras municipais no sentido de implementarem uma verdadeira política da arborização e educação urbana, sem a qual não se poderá falar de meio ambiente como um todo. Parabéns!
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Muito obrigado Raquel.
Essa é a ideia desse blog. Compartilhar ideias com pessoas dispostas a quebrar paradigmas, lutar e mudar um pouco esse mundão.
Boa sorte na luta luta.
Um abraço,
Felipe.
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Felipe,
Bom texto, esclarecedor e atual. Aqui no Rio de Janeiro temos evitado ao máximo plantar árvores de pequeno porte em nossas calçadas, por conta dos fatores que você citou no texto. A SBAU – Sociedade Brasileira de Arborização Urbana tem preconizado isto.
Um grande abraço,
Flavio Telles.
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Oi Flavio.
Bacana, imagino que estejam fazendo um ótimo trabalho aí! Continuem.
Muito obrigado e um abraço.
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Oi Felipe!
Espero que a Prefeitura, reconheça o seu trabalho, e o recontrate……
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Olá Felipe, muito bom o blog e excelente matéria. Pena você não estar mais na Prefeitura… precisamos de pessoas como você lá e no COMDEMA também!
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Olá Eliane, obrigado.
Infelizmente a prefeitura daqui só quer retroceder, é uma pena.
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Ótimo seu texto! Me revolta ver aqui em Itapetininga os cortes drásticos que fazem nas árvores. Prefeitura e Sul Paulista não possuem pessoal credenciado para essas manutenções.Deveriam, antes de começar a trabalhar, fazer um curso especializado,pois não tem a mínima noção de podas.Já briguei muito com eles para manter a”minha” árvore.,mas também sei que sou uma pequenina parte dessa população que valoriza o meio ambiente. Infelizmente ! Seu texto orientativo deveria ser divulgado à população. Parabéns !
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Oi Isabel, muito obrigado.
Pois é, infelizmente a maioria dos itapetininganos, ainda, não gostam de árvores. Espero que acordem…
Enquanto isso, vamos lutando.
Um abraço.
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Parabéns pelo ótimo e esclarecedor texto. Foi muito útil para mim. Gostaría de perguntar se você sabe quais espécies foram utilizadas naquela foto que mostra árvores de tronco não muito grande e bem altas, numa calçada onde tem um muro alto com cerca eletrificada. É a 4ª foto de cima para baixo.
Lendo o seu texto fica muito evidente que muitas prefeituras não tem adequado conhecimento e pessoal preparado para conduzir a questão da arborização urbana.
Obrigado,
Luciano Webber
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Oi Luciano, obrigado e que bom que você gostou do texto.
A espécie que você menciona é o pau-ferro.
Sim, infelizmente a arborização urbana é tratada pouco pouco interesse pelas prefeituras, e acredito que isso aconteça por pura ignorância por partes dos gestores públicos, que ainda não vislumbraram os pontos positivos que uma cidade bem arborizada tem.
Um abraço.
Ferlipe.
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Republicou isso em paineirarosa.
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