A ideia desse texto é compartilhar, com os amigos e amigas que acompanham esse blog, imagens e informações de espécies vegetais com potencial apícola (abelhas nativas, africanizadas, mamangavas).
Muitas plantas produzem flores com muito de néctar e/ou pólen e resinas vegetais que são fundamentais para a sobrevivência das abelhas, insetos tão importantes para a manutenção da vida na terra. Espero ajudá-los, com esse material, na escolha por vocês de plantas importantes para as abelhas, e que cada vez mais as pessoas espalhem flores por onde passarem.
então, vamos lá…
amor-agarradinho (Antigonos leptopus)
Planta trepadeira, gosta de sol, floresce na primavera-verão, pode ser cultivada em cercas, muros, pergolados a pleno sol. Multiplica-se por sementes e estacas. É muito utilizada no paisagismo.
aroeira-salsa ( Schinus molle)
Árvore nativa do sul e sudeste do Brasil, altura de 4 a 6 m, florada intensa nos meses de agosto a novembro. Multiplica-se por sementes. Além das flores, as abelhas aproveitam a resina dessa espécie. É bastante empregada na arborização de vias e praças.
assa-peixe (Vernonia sp)
Planta arbustiva, 1-3 m de altura, gosta de bastante sol, tem crescimento rápido, multiplica-se facilmente por sementes, floresce no inverno , época com pouca oferta de flores na natureza, sendo, por tanto, ótima o enriquecimento de apiários e meliponários. Além disso, apresenta propriedades medicinais. Nativa do Brasil.
astrapéia (Dombeya burgessiae)
Planta arbustiva, atinge 2 a 4 m de altura, floresce no outono, época com pouca oferta de flores na natureza, sendo, por tanto, ótima para o enriquecimento de apiários e meliponários. É muito utilizada no paisagismo, apresenta inflorescência rosa, branca muito bonita e perfumada. Pode ser plantada em sistemas agrícolas com a função de quebra-vento.
café-de-bugre (Cordia ecalyculata)
Árvore nativa do nordeste ao sul do Brasil, altura de 7 a 15 m, florada intensa nos meses de outubro a dezembro. Multiplica-se por sementes. Pode ser utilizada e apiários e meliponários para o fornecimento sombra. Árvore muito bonita, principalmente quando em floração e frutificação. Os frutos, muito abundantes, são excelentes para alimentar a avifauna.
louro-pardo (Cordia glabrata)
Árvore nativa do nordeste, sudeste e sul do Brasil, altura de 7 a 18 m, florada intensa entre os meses de julho e setembro, ficando a planta sem folhas e repleta de flores brancas, extremamente ornamental. Multiplica-se por sementes. Pode ser utilizada e apiários e meliponários para o fornecimento sombra.
coroa-de-cristo (Euphorbia milii)
subarbusto, repleta de espilhos, lactescente. Muito interessante como em cerca viva e planta paisagística. Gosta de sol. Multiplica-se facilmente por estacas. Nativa de Madagascar.
abelha nativa borá (Tetragona clavipes) visitando a flor da coroa-de-cristo (Euphorbia milii).
cosmo (Bidens sulphurea)
Planta herbácea, ciclo anual, 0,5-1 m de altura, floresce na primavera-verão. Originária da América do Norte. Pode ser utilizada na bordadura de sistemas agrícolas. Multiplica-se por sementes. Atrai principalmente a abelha Apis mellifera.
feijão-guandu (Cajanus cajan)
arbusto, com porte entre 80 cm a 2,5 m, originário da Índia. Planta muito utilizada como adubação verde (fixação biológica do nitrogênio). Produz vagem e grãos comestíveis. Possuí propriedades medicinais. Atraí muitas mamangavas, sendo interessante cultivá-las próximos de maracujazeiros, além de que pode ser empregada na adubação verde e cobertura do solo. Multiplica-se por sementes.
Abelha mamangava visitando a flor do feijão-guandu (Cajanus cajan).
crotalária (Crotalaria sp)
planta herbácea, com porte entre 0,8 a 2,5m, anual, muito utilizada como adubo verde (fixação biológica de nitrogênio). Suas flores atraem abelhas, principalmente a mamangava, sendo interessante cultivá-las próximos de maracujazeiros, além de que pode ser empregada na adubação verde e cobertura do solo. Multiplica-se por sementes.
escova-de-garrafa (Callistemon sp)
arvoreta, com porte entre 2 a 7 m, nativa da Oceania. Ornamental, sendo utilizada na arborização de vias públicas. Multiplica-se por sementes.
eucalipto (Eucalyptus sp)
Existe centenas de espécies de eucalipto, todas originarias da Oceania. Árvores que podem atingir 55 m de altura. Produz uma grande quantidade de flores ricas em néctar, sendo muito importante na atividade da apicultura. Multiplica-se por sementes e estacas.
girassol (Helianthus annuus)
planta herbácea, anual, com porte entre 1 a 4 m, originária da América do Norte. Fornece muito pólen para as abelhas. Pode, também, ser empregada na adubação verde compondo sistemas agrícolas biodiversos.
grumixama (Eugenia brasiliensis)
Árvore de grande porte (10 a 15 m), frutífera e nativa do Brasil. Praticamente todas as árvores da família Myrtaceae (pitangueira, uvaia, cereja-do-rio-grande, gabiroba, araças, cambuci, entre outras produzem flores que atraem muitas abelhas, dessa forma, essas espécies, além de produzirem frutos muito saborosos, alimentam as abelhas com suas flores.
jaboticabeira (Plinia sp)
árvore, com altura entre (4 a 15 m) , nativa do Brasil, além de uma importante frutífera suas flores alimentam uma enorme quantidade de abelhas.
palmeira-jerivá (Syagrus romanzoffiana)
palmeira, pode atingir cerca de 15 m de altura, nativa da Mata Atlântica. Assim como as outras palmeiras, as flores do jerivá são uma importante fonte de pólen para as abelhas. Também pode ser utilizada no paisagismo. Multiplica-se por sementes.
palmeira-juçara (Euterpe edulis)
palmeira, pode atingir cerca de 15 m de altura, nativa da Mata Atlântica. Assim como as outras palmeiras, as flores da juçara são uma importante fonte de pólen para as abelhas. Também pode ser utilizada no paisagismo. Multiplica-se por sementes. Verifiquei muitas jataí, iraís, arapuas, Apis mellifera e mamangava visitando as inflorescências da juçara. Produz uma polpa de coloração roxa muitíssimo semelhante ao açaí amazônico, o que pode impulsionar o seu cultivo comercial e manejo em áreas nativas para fins de geração de renda e alimento – é mais interessante que a exploração do palmito, pois para retirar o palmito corta-se a palmeira, já o uso da polpa tem-se uma renda anual e antem a palmeira em pé, sem contar que o resíduo da extração da polpa é semente que pode ser vendida, fazer mudas ou jogá-las na mata.
jurubeba (Solanum paniculatum)
arbusto, com um pouco de espinhos, com altura entre 1,5 a 2,5 m. Atrai muitas mamangavas. Planta comestível e com propriedades medicinais. Propaga-se por sementes.
guaçatonga (Casearia sylvestris)
árvore de 3 a 5 metros de altura, floresce durante os meses de junho a agosto, sendo uma ótima oferta de néctar e pólen durante o inverno. Quando florida é possível ouvir de longe os sons das abelhas em suas flores. Planta com propriedades medicinais. Propaga-se por sementes.
margaridão (Tithonia diversifolia)
arbusto sublenhoso 1,5 a 3,5 m de altura, originário da América do Norte, floresce no outono e inverno, tem propriedades medicinais, pode ser usada no paisagismo, também é muito empregada como adubo verde. Pode ser usada como quebra vento. Propaga-se por sementes e estacas.
maria-mole (Dendropanax cuneatus)
árvore com altura de 5 a 12 m, floresce durante os meses de maio a junho. Ocorre na Mata Atlântica e Floresta Amazônica. Tem crescimento rápido e tolera solo úmidos. Muito melífera.
melaleuca ( Melaleuca sp)
árvore com 5 a 12 m de altura, originária da Oceania, da mesma família que o eucalipto (Myrtaceae). Extremamente melífera. Apresenta propriedades medicinais. Floresce em maio. Propaga-se por sementes.
ora-pro-nobis (Pereskia grandifolia)
arbusto, com muitos espinhos, com altura de 3 a 5 m, ocorre no nordeste, sudeste e parte do sul. Muito apícola. Trata-se de uma planta comestível, muito rica em proteínas. Ela e s sua prima Peresskia aculeata são extremante melíferas. Ambas são comestíveis. Podem ser usadas com sucesso no paisagismo e cerca viva.
salsinha (Petroselinum crispum)
erva, muito aromática, 15-30 cm de altura. Suas flores atraem muitas jataís, mirins e iraís. Ótima planta para se ter em casa, pois além de ser utilizada como condimento, alimenta as abelhas. Funcho, cenoura, coentro são da mesma família que a salsinha, e todas atraem muitas abelhas. Propaga-se por sementes.
sangra-d´água (Croton urucurana)
árvore com 7 a 10 m de altura, gosta de solo encharcado, muito comum nas matas ciliares da Mata Atlântica. Floresce de dezembro a junho. Propaga-se por sementes. Tem propriedades medicinais. Bastante melífera.
urucum (Bixa orellana)
árvore de 3 a 5 m de altura, nativa da Floresta Amazônica. Apresenta propriedades medicinais e é muito utilizada como condimento. Suas flores atraem muitas abelhas nativas sem ferrão e mamangavas. Pode ser plantada próximo de plantios de maracujá para atrair mamangavas. Propaga-se por sementes.
citros (Citrus sp)
árvore com 3 a 10 m de altura, algumas com espinhos. Apresentam flores extremamente melíferas, incluem-se nesse grupo as laranjas, mexericas, limões.
cambará (Gochnatia polymorpha)
árvore com altura de 6 a 8 m, ocorre no cerrado, tem florescimento durante os meses de outubro a dezembro. Apresenta uma madeira de ótima qualidade. Bastante elífera.
fruto-sabiá (Acnistus arborescens)
árvore de pequeno porte 2 a 4 m, possuí flores que atraem uma vasta gama de abelhas e seus frutos são bastante procurados por diversas aves. Propaga-se por sementes e estacas.
manjericão (Ocimum basilicum)
subarbusto de 30 – 50 cm de altura, bastante aromático, originário da Ásia tropical. Muito utilizada como condimentos e apresenta propriedades medicinais. Propaga-se por sementes e estacas.
resedá (Lagerstroemia indica)
árvore com altura de 3 a 5 m, nativa da Asia, muito empregada na arborização de vias públicas. Suas flores (rosas e brancas) atraem uma grande quantidade de espécies de abelhas. Multiplica-se por estacas e sementes.
Todas as imagens presentes neste material foram tiradas por mim ao longo de muitos anos.
Felipe Furtado Frigieri
Bibliografia
Kinupp, V. F; Lorenzi, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil:
guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora. 768p. 2014.
LORENZI, Harri; Plantas para jardim no Brasil: herbáceas, arbustivas e trepadeiras. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2013.
Lorenzi H, Matos FJA. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. São Paulo: Nova Odessa; 2008.
LORENZI, H. 2008. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Editora Plantarum Ltda. Nova Odessa, São Paulo vol. 5, 384 p.
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