O tomate está caro? Então plante em casa!

O tomateiro (Solanum lycopersicum) é uma planta originária da América Central e América Sul, seus frutos são apreciados em praticamente todo mundo, e ainda são ricos em licopeno. O licopeno é uma substância encontrada em outros vegetais, como a melancia; acredita-se que tal substância possa trazer benefícios a saúde humana, principalmente por exercer funções antioxidantes e na prevenção de alguns tipos de câncer.

Recentemente um aumento de cerca de 150% no preço do tomate fez com que este alimento se tornasse raro na mesa dos brasileiros. Com o quilo custando cerca de 9 reais e em algumas regiões até mais, o tomate virou motivo de piada nas redes sociais, sendo  comparado até com diamantes e ouro.

humor tomate

Foto disponível em Humor tomate – facebook.

O motivo desse aumento não foi apenas um, mas sim uma série de acontecimentos.  Entre eles, o aumento do custo da mão de obra e do diesel, diminuição das áreas plantadas de tomate, aumento das aplicações de venenos e principalmente, as intempéries climáticas.

Infelizmente o tomateiro é muito suscetível às intempéries climáticas, e como nos meses de janeiro, fevereiro e março são registradas altas temperaturas e excesso de umidade, cria-se um ambiente ideal para o surgimento de várias doenças causadas por fungos e bactérias. Para controlar essas doenças, na maioria das vezes, os agricultores convencionais utilizam grandes quantidades de venenos. Dessa forma, nesses períodos do ano, além de mais caro, o tomate pode conter mais resíduos de agrotóxicos, e isso pode provocar males à saúde de quem ingere os frutos e dos agricultores que aplicam os venenos nas plantações.

Um trabalho realizado em 2010 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que investigou a quantidade e os tipos de agrotóxicos utilizados em alguns alimentos no Brasil, concluiu que amostras analisadas de tomate apresentavam resíduos de produtos não autorizados para aquela cultura, ou quantidades de resíduos de agrotóxicos autorizados, mas superiores ao Limite Máximo de Resíduo autorizado.

Diante desse impasse, em que o preço do tomate está muito elevado e possivelmente com excesso de agrotóxico, aproveite para iniciar um cultivo dessa planta em seu quintal. Caso não possua espaço, confeccione hortas verticais nas paredes. Assim, você economiza dinheiro e terá a certeza de que está consumindo um alimento saudável.

Dicas para o cultivo do tomateiro:

  • Ele propaga-se a através de sementes, estas podem ser obtidas diretamente dos frutos, secando-as antes de plantar, ou então comprá-las em casas de agricultura,
  • plante as sementes em uma terra bem adubada e a uma profundidade de 0,5 centímetro aproximadamente,
  • as sementes apresentam taxa de germinação bastante alta e levam aproximadamente 12 dias para germinarem,
  • escolha locais bem ensolarados para plantar,
  • irrigue as plantas diariamente, tome cuidado para não molhar as folhas
  • evite solos encharcados,
  • tome cuidado para não causar ferimentos nas plantas,
  • utilize esterco de gado ou em menor quantidade esterco de galinha para adubar as plantas,
  • cuidado com o excesso de adubo nitrogenado, pois ele pode facilitar o aparecimento de doenças bacterianas,
  • elimine as plantas doentes,
  • escolha sementes de variedades adaptadas ao clima da sua região e resistentes a doenças.
Produção de tomates em hortas verticais.

Produção de tomates em hortas verticais.

Plantio de tomate no quintal.

Plantio de tomate no quintal.

Plantio de tomate-cereja em horta vertical.

Plantio de tomate-cereja em horta vertical.

Felipe Furtado Frigieri

Agradeço a Joara de Paula Campos pela revisão do texto.

 

Saiba mais em:

As funções do licopeno – disponível em http://pt.scribd.com/doc/3673637/As-funcoes-do-licopeno-do-tomate-e-seu-papel-na-saude-humana

Assentados produzem tomate orgânico a um custo 80% menor do que na produção convencional – disponível em http://www.incra.gov.br/index.php/noticias-sala-de-imprensa/noticias/11928-sp-assentados-produzem-tomate-organico-a-um-custo-80-menor-do-que-na-producao-convencional

PROGRAMA DE ANÁLISE DE RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS EM ALIMENTOS (PARA)
RELATÓRIO DE ATIVIDADES DE 2010 – disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/55b8fb80495486cdaecbff4ed75891ae/Relat%C3%B3rio+PARA+2010+-+Vers%C3%A3o+Final.pdf?MOD=AJPERES

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Utilize cascas de ovo para adubar suas plantas

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Ovos são comumente utilizados na preparação de alimentos como bolos, pães e omeletes. Porém, após o consumo, temos o hábito de jogar sua casca no lixo. Fazer isso resulta no desperdício de uma importe fonte de nutriente para as plantas e o solo: o cálcio.

A casca do ovo contém, em média, 5,6 g de matéria inorgânica, sendo a maior parte composta de carbonato de cálcio (96%) e o restante de carbonato de magnésio (1%) e fosfato de cálcio (1%). A parte orgânica, pouco expressiva, é representada por proteínas.

A casca do ovo, por ser rica em cálcio, disponibiliza um elemento fundamental e indispensável para o metabolismo vegetal. O cálcio participa na formação da parede celular dos vegetais, dessa forma está intimamente ligado ao desenvolvimento estrutural das plantas (formação de folhas, caule e raízes). Consequentemente, a deficiência desse elemento pode ser detectada quando as folhas mais novas de uma planta apresentar clorose (amarelecimento das folhas) internerval seguida de necrose (secagem das folhas) e crescimento desuniforme, além de morte das gemas terminais.

Além de nutrir a planta, a casca pode ser empregada para correção do pH de solos ácidos, visto que um solo com pH ácido dificulta a liberação de elementos vitais  para as plantas.

Sabendo disso, ao invés de jogar as cascas no lixo, podemos aproveitá-las como adubo natural, para isso, basta secá-las e depois triturá-las em um liquidificador até que a mistura vire um pó. O pó ou farinha gerado pode ser jogado diretamente sobre a terra e ao redor das plantas – recomendo uma a duas colheres de sopa da farinha por vaso (médio) de planta, isso, é claro, vai depender do tamanho do vaso. A farinha pode ser utilizada em hortaliças (alface, salsinha, hortelã, etc.), árvores frutíferas, nativas e ornamentais.

Aproveitar as cascas dos ovos para gerar adubo natural, além de diminuir a quantidade de resíduos destinados aos aterros sanitários, permite a produção de um excelente adubo natural, que melhorará a nutrição mineral de nossas plantas e a fertilidade do solo.

Para preparar a farinha de casca de ovo armazena as cascas em ambiente arejado e aguarde algumas semanas até elas secarem completamente.

Armazene  as cascas em ambiente arejado e aguarde até que elas encontrem-se completamente secas.

Triture as cascas com as mãos e depois finalize a moagem no liquidificador, até que elas virem um pó.

Triture inicialmente  as cascas com as mãos e depois finalize a moagem no liquidificador até que elas virem um pó.

Farinha de casca de ovo pronta para ser utilizada, uma importe fonte de cálcio para as plantas.

Farinha de casca do ovo pronta para ser utilizada; uma importe fonte de cálcio para as plantas.

Produto pronto para ser utilizado como adubo natural.

Produto pronto para ser utilizado como adubo natural.

A farinha de ovo pode ser utilizada como adubo natural (fonte de cálcio) e como corretivo agrícola.

A farinha de ovo pode ser utilizada como adubo natural (fonte de cálcio) e como corretivo do pH de solos ácidos.

Felipe Furtado Frigieri

Agradeço a Joara de Paula Campos pela revisão do texto.

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Pintar o tronco das árvores com cal faz bem?

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No passado, acreditava-se que pintar o tronco das árvores estaria protegendo-as contra ataques de formigas, fungos e cupins, no entanto, tal técnica hoje não é mais recomendada, pois não trás nenhum benefício a essas plantas. Infelizmente essa prática ainda é realizada em alguns municípios  devido à falta de conhecimento e crença cultural em tal técnica.

Algumas espécies de árvores realizam trocas gasosas através de estruturas presentes nos caules, dessa forma, pintá-los com cal pode impermeabilizar essas regiões e assim, comprometer a saúde vegetal.

Muitas árvores apresentam trocos ornamentais como é o caso do pau-ferro, pitangueira, goiabeira, copaíba, entre outras, então, pintar o caule dessas plantas apaga-se a beleza dessas plantas. No caso de parques e vias públicas, árvores pintadas de branco tornam o local artificial e feio paisagisticamente.

troncos pintados com cal

Pintar os caules das árvores e palmeiras com cal, além de tornar o ambiente muito feio paisagisticamente, resulta em gastos desnecessários de tempo e dinheiro. Clube Venâncio Ayres, Itapetininga-SP.

Jatobá, sibipiruna, jequitibá-rosa, todos com o caule pintado.

Jatobá, sibipiruna, jequitibá-rosa, todos com o caule pintado. Clube Venâncio Ayres, Itapetininga-SP

Pau mulato (Calycophyllum spruceanum). Planta nativa da amazônia.

Pau mulato (Calycophyllum spruceanum) exemplo de planta com caule ornamental. Planta nativa da amazônia.

Além de tudo, do ponto de vista econômico,  tal prática implica em gasto desnecessário de dinheiro e tempo, pois tais recursos poderiam ser aproveitados de outras maneiras, por exemplo, adubando as árvores, realizando o controle de erva daninhas, irrigando, etc.

Felipe Furtado Frigieri

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Plantio de maracujá orgânico na cidade

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Há cerca de dois anos, plantei 4 pés de maracujá-azedo no meu quintal. O maracujazeiro levou cerca de 7 meses pra começar a produzir, este ano (2013) é a segunda vez que ele produz.

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Parte de uma colheita de maracujá-azedo.

A última produção foi bem maior que a segunda e também o maracujazeiro se desenvolveu mais, chegou a se espalhar até pelo telhado da minha casa, formando um verdadeiro telhado verde.

Maracujá formando o telhado verde.

Maracujá formando uma cobertura verde no telhado.

O maracujá-azedo pode ser utilizado como trepadeira ornamental, ele apresenta uma folha bonita e uma belíssima flor perfumada, além de tudo isso produz frutos comestíveis.

O maracujá-azedo pode ser utilizado como trepadeira ornamental, ele apresenta uma folha bonita e uma belíssima flor perfumada, além de tudo isso produz frutos comestíveis.

Para ter uma noção da produtividade dos maracujazeiros, comecei a contar quantos frutos ele produziu. Separei os frutos em 3 tamanhos diferentes: pequeno, médio e grande. Até a presente data (22 de janeiro de 2013) contabilizei 28 frutos pequenos, 44 médios e 52 grandes, totalizando 124 frutos. Como a produção ainda não cessou, acredito que chegue a aproximadamente 200 frutos.

Fruto pequeno, médio e grande.

Fruto pequeno, médio e grande.

Para atingir esta produção não utilizei adubo mineral solúvel (N-P-K) e nenhum tipo de inseticida, apenas apliquei adubo orgânico proveniente da minha compostagem doméstica.

Dessa forma, não gastei com a compra de adubo mineral e inseticidas; não precisei fazer a polinização manualmente, pois as mamangavas se encarregaram desse serviço. Além de tudo, produzi um alimento “orgânico” e não causei desequilíbrios ambientais.

A abelha mamangava polinizando a flor do maracujazeiro.

A abelha mamangava polinizando a flor do maracujazeiro.

Mesmo não utilizando inseticida, não tive problemas sérios por conta de insetos. Percebi que dois insetos diferentes gostam de atacar o maracujazeiro. O primeiro é uma larva de borboleta que se alimenta das folhas do maracujá e o segundo é um percevejo, que quando pequeno suja a seiva das folhas e adulto ataca os frutos. O único controle que fiz foi no início do plantio, onde realizei a catação das lagartas, depois disso tudo se normalizou,  as lagartas e os percevejos não desapareceram, mas  população deles se mantiveram constantes e não atrapalharam a produtividade.

Caso o agricultor opte pelo uso de inseticidas para controlar os insetos indesejados, ele deve estar ciente que fazendo isso poderá afastar ou até mesmo provocar a morte das mamangavas, e como esses insetos são fundamentais para a produção dos frutos, isso poderá lhe trazer sérios danos econômicos. Além dos desequilíbrios ambientais, como: contaminação do solo, água, ar, fruto e até mesmo se intoxicar durante a aplicação.

Para ter ideia da importância que as mamangavas tem na produção do maracujá, foi realizado um estudo por Pereira Vieira et al. (2010), que quantificou o valor do serviço (polinização) realizado por essas abelhas. Eles chegaram a uma quantia de 14.686,02 reais (em valores de 2007), relativo a três anos de produção de maracujá numa área de 1 hectare – o estudo considerou 2 trabalhadores para o primeiro ano e três trabalhadores para o segundo e terceiro ano.

Infelizmente, hoje o Brasil carrega o título, desde 2008, de maior consumidor de agrotóxico do mundo, no ano de 2011 a comercialização desses produtos movimentou o US$ 8,5 bilhões.

Talvez se diversificássemos mais a nossa agricultura e utilizássemos  mais as técnicas agroecológicas (adubação orgânica, rotação de cultura, preservação das florestas, policultura) esse consumo exagerado de venenos diminuiria.

A experiência que tive com a minha singela produção de maracujá orgânico em área urbana, é que é possível produzir alimento saudável num pequeno espaço, basta apenas interferir positivamente nas relações da natureza, tornando-a mais harmônica e grandiosa.

Felipe Furtado Frigieri

Bibliografia

Vieira, P. F. S. P. ; Cruz, D. O. ; Gomes, M. F. M. ; Campos, L. A.  O. ; Lima, J.E. -(Universidade Federal de Viçosa, Brasil). Valor econômico da polinização por abelhas mamangavas no cultivo do maracujá-amarelo. Revista Iberoamericana de Economía Ecológica Vol. 15: 43-53.

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Plantio Florestal – parceria entre Prefeitura e Centro de Ressocialização

Plantio de 400 mudas de espécies arbóreas nativas, às margens do Ribeirão do Chá. Para realizar o plantio, a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente contou com a ajuda de 10 reeducandas, as quais se encontram em regime semiaberto, no Centro de Ressocialização Feminino (CRF) de Itapetininga.

O contrato com as detentas foi realizado por meio do programa Frente de Trabalho, uma parceria entre a Prefeitura, a Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania (CRSC) e a Secretaria do Emprego e Relações de Trabalho (SERT).

Esse tipo de parceria visa à reintegração social, divulgação de conhecimento das técnicas de plantio florestal e geração de renda à detentas – cada detenta recebe um quantia todo mês pela participação nos plantios e pelo trabalho desenvolvido no viveiro municipal, entre outros.

Tal parceria também é fundamental pois, o trabalho desempenhado por elas contribui nas atividades ambientais desenvolvidas pela Prefeitura Municipal de Itapetininga.

Reeducandas realizando o plantio de mudas nativas.

Reeducandas realizando o plantio de mudas nativas.

Momento da separação das mudas que serão utilizadas no plantio.

Momento da separação das mudas que serão utilizadas no plantio.

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Reeducandas  realizando o plantio no Ribeirão do Chá em Itapetininga-SP.

400 mudas nativas plantadas no Ribeirão do Chá.

400 mudas nativas plantadas no Ribeirão do Chá.

Felipe Furtado Frigieri

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Cuidado com o colo das plantas no momento da roçada.

É comum a utilização de roçadeiras de alta rotação para cortar gramados, daninhas e capins exóticos. No entanto, muitas vezes há árvores plantadas nos gramados e entre os capins exóticos (principalmente nos plantios de árvores nativas), dessa forma, é importante que o operador da roçadeira tome cuidado com o colo das plantas.

Observa-se que o manuseio indevido desse equipamento pode levar em, alguns casos, o anelamento  ou até mesmo o corte  de espécies vegetais lenhosas, e por consequência, pode gerar problemas como: elevados gastos com a substituição dos indivíduos afetados,  corte de espécies regenerantes ou comprometer o desenvolvimentos das plantas – quando uma planta é anelada, o tecido floemático é danificado, ou seja é impedida a chegada de, até as raízes, de substâncias elementares ao metabolismo da planta.

Além dessa dica, é muito importante que o operador utilize os equipamentos de proteção individual.

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Anelamento na base do caule provocado pela lâmina da roçadeira.

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Anelamento na base do caule provocado pela lâmina da roçadeira.

Para evitar esse tipo de problema, recomendo que quando haja árvores no local a ser roçado, que não se corte até 30 cm da planta, o restante pode ser cortado com uma enxada ou tesoura de poda.

Felipe Furtado Frigieri

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Briga entre colônias de jataí

Muitas pessoas já me escreveram, para saber o porquê da briga entre colonias de jataí.

Encontrei essa reportagem no site do GLOBO RURAL que esclarece de forma brilhante esse questionamento. Além disso, no vídeo mostra como preparar uma isca para atrair as abelhas.

Segue o link:

http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-rural/t/edicoes/v/agronomo-ensina-metodo-que-previne-briga-entre-abelhas-de-uma-mesma-criacao/2106572/

Fonte: Globo rural. (Exibido em 26 de agosto de 2012)

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Como fazer mudas de palmito-juçara

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A palmeira juçara (Euterpe edulis) é nativa da mata atlântica e muito importante do ponto de vista ecológico, econômico e social.

Dois exemplarem de palmito-juçara (Euterpe edulis).

Ela produz frutos que alimentam uma grande quantidade de animais e estes ao se alimentarem de sua polpa, acabam dispersando as sementes da palmeira pela floresta.

Do ponto de vista econômico e social, os frutos da palmeira-juçara podem ser utilizada para   produção de polpas, semelhando ao que se faz com o açaí (Euterpe oleracea), porém ao contrário do açaí, esta atividade é ainda incipiente para a juçara – após o despolpamento pode-se comercializar as sementes e/ou mudas da juçara. Outra parte da palmeira de grande valor econômico é o palmito (ápice caulinar), este para ser explorado demanda o corte da palmeira. Infelizmente, muitas vezes essa exploração é realizada sem critérios e em ambientes de preservação ambiental, isso acaba comprometendo o equilíbrio ecológico da floresta e gerando conflitos sociais.

Extraindo a polpa do palmito-juçara.

Verificamos na imagem a lavagem das sementes. Essa etapa é importante para eliminarmos resíduos da polpa e dessa forma evitar a proliferação de microrganismos na semente.

Resolvi escrever esse texto para aqueles que se interessam pela produção de mudas da juçara, então vamos lá.

A germinação dessa palmeira não é difícil, porém devemos atentar para o armazenamento das sementes, ele é fundamental para viabilidade das sementes.

As sementes da palmeira juçara  são recalcitrantes (sementes que diminuem a taxa de germinação após o seu secamento), portanto conservá-las por muito tempo sem que se comprometa a sua taxa germinativa, é uma tarefa difícil.

Sabendo disso, logo após o beneficiamento (retirada da polpa) dos frutos, as sementes devem ser lavadas e postas para germinar. Caso necessite armazená-las por algum motivo, recomendo colocá-las em sacos plástico e mantê-las úmidas – recomendo lavar as sementes com água corrente, algumas vezes, durante esse período, dessa forma evita-se o ataque de fungos nas mesmas.

Observamos na imagem que utilizei um saco plástico para armazenar as sementes. Verificamos também que as sementes já começaram a germinar na própria embalagem, basta mantê-las úmidas.

Verificamos na imagem uma plântula de palmito-juçara. para plantar essa plântula bastante enterrá-la o início da semente, deixando apenas a raiz totalmente imersa no substrato.

As sementes podem ser postas para germinar em substrato composto por 50% de areia e 50 % de composto orgânico. O substrato deve ser mantido sempre úmido e deixado em ambiente semi sombreado.

Muda de palmito-juçara com aproximadamente 7 meses.

As sementes germinam após cerca de 50 dias e geralmente a taxa de germinação é superior a 80%.

Felipe Furtado Frigieri

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Dia da árvore – plante uma árvore frutífera

O Brasil possui uma enorme quantidade de espécies frutíferas, como: pitanga, jabuticaba, uvaia, araçá, pitomba, goiaba, umbú, acerola, cereja-do-rio-grande, jaracatiá, graviola, pequi, grumixama, abiú, marolo, cagaita, cajá e entre muitas outras.

uvaia Eugenia pyriformis

Uvaia (Eugenia pyriformis) plantada em quintal. Está árvore é ótima para arborização urbana, pois sua madeira é resistente, seu porte é médio e uma copa boa para interceptar os raios solares e umidificar o ar. Alé de tudo isso produz um saboroso fruto, que pode ser consumido in natura ou através de sorvete, suco e geleia.

fruto uvaia Eugenia pyriformis

Fruto da uvaia (Eugenia pyriformis).

pitangueira (Eugenia uniflora)

Pitangueira (Eugenia uniflora), está árvore também apresenta uma copa muito boa para arborização urbana, madeira resistente, suas raízes não danificam o calçamento e além disso produz um fruto muito saboroso, este por sinal atrai muitos pássaros.

 

Infelizmente temos aproveitado muito pouco esse potencial em projetos de arborização urbana, talvez isso se deva a propaganda negativa que muitas pessoas fazem a respeitos dessas árvores frutíferas, sendo o excesso de sujeira, o principal argumento utilizado.

Para evitar esse tipo de argumento, recomendo que sejam plantadas árvores frutíferas nas vias públicas, espécies de frutíferas que produzam frutos pequenos como é o caso da pitanga, cambuí, grumixama, cereja-do-rio-grande, etc. e deixem para plantar em praças as espécies que produzam frutos maiores como: marolo, graviola, pequi, cupuaçu, manga, abacate.

fruto da pitangueira (Eugenia uniflora)

Fruto da pitangueira (Eugenia uniflora).

fruto da cereja-do-rio-grande (Eugenia involucrata)

Fruto da cereja-do-rio-grande (Eugenia involucrata). Muito saboroso e também é bastante procurado pela avifauna.

As árvores frutíferas, além de proporcionarem melhorias microclimáticas nos centros urbanos, beleza cênica, essas plantas produzem frutos que servem de alimentos para a população humana e pássaros. Outra questão importante, é que no momento da frutificação muitas pessoas aproximam-se das árvores para colher frutos, dessa forma se estabelece uma relação positiva entre  as árvores e as pessoas.

Para comemorarmos o dia da árvore (21 de setembro) e início da primavera (22 de setembro) nada melhor do que plantarmos árvores frutíferas em nossas cidades.

plantio dia da árvore - muda de jaracatiá

Para comemorar o dia da árvore, a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente em parceria com a empresa Shark Tratores organizaram um evento, em que foram plantadas de 13 mudas de espécies frutíferas na praça da rua Ima. Nair de Camargo em Itapetininga-SP. O plantio foi realizado por 13 crianças da Casa do Adolescente de Itapetininga. Cada muda recebeu uma placa com a identificação da planta, nome de quem plantou e data do plantio.
Nesta foto a Luana está irrigando a muda de jaracatiá (árvore frutífera e nativa) que foi plantada por ela.

plantio dia da árvore - Itapetininga

Pessoal que participou do plantio em comemoração ao dia da árvore. Ao todo foram plantadas 13 espécies de frutíferas (nativas e exóticas),entre elas: pitanga, uvaia, araça roxo, araça amarelo, grumixama, graviola, pitomba, jabuticabeira e lichia.

Felipe Furtado Frigieri

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Plantar ipês

Durante os meses de junho a agosto a natureza nos presenteia com as belíssimas floradas dos ipês, tal evento é capaz de embelezar os centros urbanos, torna-los mais agradáveis e alegres. Os ipês são ótimos para quebrar a monocromia dos centros urbanos!

Normalmente a florada dos ipês segue uma sequencia, sendo os primeiros a florirem os ipês-roxos, seguido dos ipês-amarelos e ipê-branco. Essa sequencia de floração gera um efeito visual muito interessante e este efeito pode ser aproveitado em projeto paisagístico de avenidas, praças parques, calçadas, etc.

Plantando essas árvores nativas podemos também despertar o interesse e aproximar as pessoas da nossa flora nativa, a qual é riquíssima e muito bela. Um dia quem sabe os brasileiros valorizem nossas árvores, assim como os japoneses fazem com as cerejeiras (Prunus serrulata).

ipê amarelo_arborização urbana

Ipê-amarelo plantado em calçada. Foto registrada em Itapetininga-SP.

ipê amarelo fatec itapetininga

Ipê no auge de sua floração. Imagem registrada na FATEC de Itapetininga.

flores ipê amarelo

Contraste das flores do ipê-amarelo com o céu azul. Imagem registrada em Itapetininga-SP.

ipê roxo

Belíssimo ipê-roxo, ao lado temos uma palmeira nativa o jerivá. Imagem registrada em Itapetininga-SP.

ipê branco florido na esalq

Exuberante florada do ipê-branco na ESALQ. Imagem registrada em Piracicaba.

Felipe Furtado Frigieri

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